“Nós seguimos por uma estrada que com lágrimas foi regada/ Nós viemos, abrindo caminho em meio ao sangue dos massacrados”
Ao iniciar essa breve análise das obras Pai contra mãe e Clara dos Anjos, acredito que é importante comunicar que diferente da maior parte da bibliografia, não usarei o termo “mulata” ou “mulato”. Essa escolha foi baseada no trabalho de Gabriel Nascimento (2019) que aponta que:
“O exemplo dado por Fanon (2008)[...], permite pensar que a língua é o lugar primeiro de desenvolvimento do poder colonial. No nosso caso, ela é o abrigo do sentido da nossa miscigenação. Isso porque o miscigenado, embora forçado a adquirir os valores brancos para receber como recompensa a vantagem de não ser exterminado logo diretamente, também se nega pela língua, silenciando ou usos linguísticos sobre sua identidade. Ao cruzar com os brancos, ao invés de se ver como negro, ele reproduz o “moreno” [...], ou ainda o “mulato” . O moreno não se esgota em si. [...]. É na língua que a negação passa a primeiro existir. O “eu não sou negro, sou moreno”, ou “ você não é negro” são formas de se admitir a concessão de um espaço de negação produzido pela branquitude.” (NASCIMENTO, 2019)
Dito isso, vamos à análise!
Tenho aqui o intuito descrever o lugar ocupado pela mulher negra nas obras:
Clara dos Anjos (1923) escrita por Lima Barreto:
Pai contra mãe (1906) conto do Machado de Assis:
Por uma questão de organização, essa análise será feita primeiro no conto Pai contra mãe e depois no romance Clara dos Anjos.
Tanto Pai contra mãe quanto Clara dos Anjos foram escritos por homens negros e são narrados em um momento pós escravidão. Talvez seja estranha essa afirmação sobre o conto Pai contra mãe , já que ele descreve as atrocidades cometidas durante esse período. No entanto, se nos atentarmos ao inicio do conto é possível perceber que ao dizer: “A escravidão levou consigo ofícios e aparelhos, como terá sucedido a outras instituições sociais”, o narrador usa o pretérito perfeito, o que indica que o assunto de que se tratará é passado e findo. Pai contra mãe foi publicado em 1906, em Relíquias de casa velha, portanto, posterior à Lei áurea de 1888, a data em que foi escrito o conto não é conhecida.
Afonso Henriques de Lima Barreto, segundo Bosi (2016), “olhou na cara o seu presente, que foi a nossa República Velha”, como um observador que se sabe vencido mas não submisso à máquina social. Em outro trecho, Alfredo Bosi (2016) defende que:
“Tanto no poema em prosa de Cruz e Sousa quanto em numerosas passagens ficcionais e críticas de Lima Barreto pode-se admirar a ação de uma inteligência aguda, capaz de afrontar os dogmas do imperialismo racial. Ambos arrancam das entranhas da própria condição de escritores pobres e marginais uma rara lucidez contra-ideológica. Estava se formando no período, uma cultura de resistência: um ideário que em nada condizia com a visão oficial e amena da República nascente.” ( BOSI, 2016, pág. 272)
A obra Clara dos Anjos, segundo Beatriz Resende (2013), foi uma das obsessões de Lima Barreto. Nas anotações encontradas, a obra já aparece em 1904, mas só foi publicada entre janeiro de 1923 e maio de 1924 em forma de folhetim, após a morte do seu autor. A ideia era criar outras histórias a partir da de Clara, um “Germinal negro”.
O desejo de Lima Barreto não foi concretizado, mas ele deixou uma obra gigante para a análise racial. Ainda segundo Beatriz Resende (2013), Lima Barreto temia que a obra fosse acusada de “negrismo”, o que não era uma fantasia do autor, “pensando na avaliação que o romance sofreu, o que se comprova até mesmo em bons momentos de sua fortuna crítica” (RESENDE, 2013). Bosi (2017) afirma que assim como na obra Recordações do Escrivão Isaías Caminha(1909), em Clara dos Anjos Lima Barreto demonstra a sua necessidade de expressão autobiográfica. A escritora Conceição Evaristo (2011) denomina essa mesma necessidade como escrevivência, ou seja, a experiência como mote e motor da produção literária.
Pai contra mãe
A narrativa em Pai contra mãe é dividida em duas parte, a primeira mostra a escravidão como uma instituição social, como muitas outras, além disso, descreve os objetos de tortura como se fossem aparelhos úteis e benefícios não só para os senhores, mas também para os escravizados, pois impediriam muitos crimes e vícios.
Capturar uma pessoa escravizada que fugiu e devolver aos seus algozes era uma questão de honestidade e forma de manter a lei e o direito à propriedade.
Se essa analise fosse feito a base de suposições seria possível defender que Machado de Assis tenha recorrido a essa estrutura para atrair os leitores que certamente, em sua maioria, eram brancos. Mas como não é, vamos aos fatos.
Os cinco primeiros parágrafos são uma espécie de panorama do período da escravidão no fim do Segundo Reinado. Após essa defesa à escravidão, o narrador nos apresenta as personagens, partindo para algo mais particular que mostra os efeitos da escravidão. Cândido Neves, em família, Candinho (perceba a divisão entre público e privado, que acontece não só nessa passagem, mas em outras do conto). Homem branco, adulto que possui como maior defeito o de não conseguir se fixar em emprego ou ofício nenhum.
“Candinho é pobre, mas não se sujeita a ofício porque todos têm algo daquela condição servil de que fala Nabuco, e que o narrador específica: tipógrafo (a primeira profissão de Machado pobre...), caixeiro de armarinho, contínuo de repartição, carteiro… “A obrigação de atender e servir a todos feria-o na corda do orgulho.” No exercício de perseguir escravos, o orgulho não sairá ferido; antes, açula-se o instinto do caçador que acha na caça um meio ostensivo de reafirmar a sua condição de branco, de livre, de forte.” (BOSI, 1999)
Cândido se apaixona e casa com Clara, moça branca, órfã e pobre, que mora com a sua tia Mônica. Sendo pobre, o casal após o casamento divide a casa com a tia. A vida não era boa, mas era feliz. A patuscada unia os três.
Faltava o filho que os dois queriam, um só. Tia Mônica, no entanto, desespera-se. Um filho significa mais uma boca a alimentar. Cândido a esta altura já desempenhava o ofício de capturar escravizados fugidos. Mas os ganhos eram incertos e, a partir de um momento, outros desempregados passaram a desempenhar o mesmo ofício. O dinheiro passou a rarear e a situação foi ficando cada dia mais difícil. Perto da época da criança nascer, sem dinheiro para o aluguel, os três são despejados e vão morar de favor em quartos que a tia Mônica havia arranjado com uma senhora amiga.
Nascida a criança, um menino como desejava os pais, foi cumprido o conselho dado dias antes por tia Mônica, a criança foi levada à roda dos enjeitados.
Cândido, ao levar o filho para a Roda dos Enjeitados, na rua da Ajuda - não nos
escape a ironia dos nomes! -, vê um vulto de uma mulher e identifica nela sua salvação, assim como a de seu filho. O vulto era de Arminda, mulher negra que há dias Candinho buscava pelas ruas da cidade.
Arminda havia fugido do homem que a escravizava e este oferecera uma recompensa de cem mil-réis para quem a capturasse. A quantia não era grande, mas resolveria temporariamente o problema de Cândido. Ele deixa a criança com um farmacêutico que, dias antes, havia lhe fornecido informações sobre a mulher fugida e segue atrás dela.
Logo depois a alcança, domina-a e a leva para seu senhor.
Os momentos finais do conto são de grande tensão emocional e extrema violência, a narrativa em momento nenhum perde seu tom neutro e equilibrado perante a matéria narrada, mas a tensão salta das personagens e do enredo, especialmente de Arminda, esta personagem que concentra em si tamanha força e sofrimento. O seu nome traz a ironia característica da obra de Machado de Assis, remete à armas, aquela que luta. No entanto, o desterro de Arminda prossegue em uma luta contra o inevitável. Ela é vítima de um sistema sem brechas, seus gestos de sofrimento demonstram extrema resistência, mas o embate leva a um aborto. O senhor faz gestos desesperados, talvez vendo quantas vezes perdeu, perdeu ao pagar a recompensa por uma pessoa que ele via como posse sua, perdeu ao ver o aborto, ou seja, mais da sua propriedade perdida.
Quem era Arminda? O conto apenas informa que o anúncio dizia que se “tratava-se de uma mulata; vinham indicações de gesto e de vestido”. Não é informada a idade, traços, sabemos apenas que Arminda fugiu e estava grávida.
Ao pedir que Cândido tenha clemência, Arminda ainda é obrigada a escutar: “Você é que tem culpa. Quem lhe manda fazer filhos e fugir depois?” como se a maternidade fosse uma escolha das escravizadas. A ironia de Machado de Assis aponta um personagem que ignora que “o estupro era um método comum de tortura usado pelos escravizadores para subjugar negras recalcitrantes”(bell hocks 1981/2019).
Camillia Cowling (2018), afirma também que:
“Os senhores não viam nenhum impedimento em estuprar suas escravas, já que não perdiam o direito sobre a propriedade das crianças fruto desses estupros”. (COWLING, 2018)
A maternidade era algo complexo para as mulheres escravizadas, dessa forma, a recusa a ter filhos e casos de infanticídio negro podem ser interpretados como atos de resistência (COLLINS, 2019). Muitas mulheres abortavam ou matavam seus filhos pequenos para não os ver sendo escravizados. bell hooks (1981/ 2019) ainda afirma:
“A reprodução era opressora para todas as mulheres negras férteis escravizadas. Subnutridas, sobrecarregadas de trabalho, as mulheres raramente tinham uma condição física que proporcionasse um parto fácil e seguro. Gestações repetidas e sem cuidados apropriados resultavam em vários abortos espontâneos e morte.” (BELL HOOKS 1989/2019)
O aborto de Arminda aparenta ter acontecido em resultado à violência da luta entre ela e Cândido, mas a partir do que bell hocks (1981/2019) diz, era algo comum entre as mulheres escravizadas, pois como batia o coração do Cândido “nem todas as crianças vingam.”
De acordo com Bosi (1999), no conto Pai contra mãe ,
“O antagonismo não se fixa apenas nos extremos; há uma guerra de todos contra todos, que percorre os elos de ponta a ponta: aqui a vemos comunicar-se do penúltimo ao último.” (BOSI, 1999)
Mas é nítido que as personagens dessa guerra não possuem o mesmo poder e papel. Bosi (1999) ainda afirma que o “bem-estar de uns parece fundar-se na desgraça de outros”. No caso do conto, o bem-estar de Cândido está pautado na desumanização de Arminda.
É revoltante as condições que as mulheres negras escravizadas eram expostas, mas após a abolição essa realidade mudou? O livro Clara dos Anjos pode nos dar pistas que levem a resposta.
Clara dos Anjos
Clara dos Anjos conta a história de uma mulher negra pobre, que vivia no subúrbio do Rio de Janeiro com sua família, o pai Joaquim dos Anjos, um carteiro e a mãe Engrácia. Mesmo com todos os cuidados da sua família, Clara é iludida, seduzida e abandonada por um aventureiro.
Essa obra de Lima Barreto oferece uma riqueza de dados para análise do subúrbio do Rio de Janeiro após a escravidão, ela trata de sincretismo religioso, hábitos músicais, entre outros, mas para esse trabalho irei me deter na análise do lugar social e politico ocupado por Clara.
Porém antes de falarmos de Clara é preciso falar de Cassi e Inês, sua primeira vítima. “Era Cassi um rapaz de pouco menos de trinta anos, branco, sardento, insignificante, de rosto e de corpo”, um conquistador de mulheres pobres e de todas as cores. A escolha era feita pensando que essas mulheres não conseguiriam que ele fosse condenado ao levarem o caso à polícia, pois ele não sendo rico, também não era pobre e o que lhe garantia a impunidade: Era branco.
Inês era uma adolescente negra que trabalhava como empregada doméstica na casa de Cassi. Um dia, enquanto a menina fazia os seus afazeres, Cassi a agarrou e violentou, reproduzindo um costume vindo da forma como os senhores tratavam as mulheres escravizadas. A mãe de Cassi colocou a menina na rua em estado avançado de gravidez, destinando Inês à prostituição e seu filho à criminalidade, o menino antes dos dez anos já havia sido preso.
Cassi coleciona inúmeros casos de “conquista” e abandono de mulheres, algumas casadas outras jovens ainda virgens, o que pela lei da época era crime. Mas como foi dito anteriormente, o lugar social de Cassi e os de suas vítimas garantiam que ele ficasse impune.
Agora que Cassi foi apresentado vamos nos concentrar em Clara,
“A única filha do carteiro, Clara, fora criada com o recanto e mimos que, na sua condição, talvez lhe fossem prejudiciais. Puxava a ambos os pais. O carteiro era pardo-claro, mas com cabelo ruim , como se diz; a mulher, porém, apesar de mais escura, tinha o cabelo liso.
Na tez, a filha tirava ao pai ; e no cabelo, a mãe.” (Clara dos Anjos, 2019, pag. 128)
No dia do seu aniversário, Clara conhece Cassi que foi convidado para tocar violão. A partir dessa data o violeiro investe na conquista da moça, usando as cartas muitas outras vezes utilizadas.
Mesmo com os cuidados dos pais, da alerta feito por seu padrinho Maramaque e Dona Margarida, Clara se apaixona por Cassi. A diferença racial passou em sua cabeça, mas a inocência e a paixão não lhe deixavam ver o perigo ao qual estava exposta.
“Uma dúvida lhe veio; ele era branco; e ela mulata. Mas que tinha isso? Havia tantos casos… Lembra-se de alguns… E ela estava tão convencida de haver uma paixão sincera no valdevinos, que, ao fazer esse inquérito, já recolhida, ofegava, suspirava, chorava; e os seus seios duros quase estouravam de virgindade e ansiedade de amar.” (Clara dos Anjos, 2019, pag. 150)
Cassi procura remover todos os obstáculos que o impedem de ter relações sexuais com Clara. O homem “contrata” o dentista Meneses para poder através dele trocar cartas com Clara, além de assassinar Maramaque e assim ter o caminho livre.
Após conseguir o que queria Cassi foge, depois de alguns dias Clara descobre que foi abandonada e que está grávida. A moça vence a barreira religiosa que a separava da ideia de um aborto, mas se depara com a questão financeira. É preciso dinheiro para abortar, Clara pede ajuda a Dona Margarida que decide que é melhor seguir por outro caminho, contar a Engrácia e irem procurar a família de Cassi.
Para o questionamento proposto aqui é preciso apontar as características de Dona Margarida, a imigrante russa viúva de um homem negro.
“Dona Margarida era uma mulher alta, forte, carnuda, com uma grande cabeça de traços energéticos, olhos azuis e cabelos castanhos tirando para o louro.” (Clara dos Anjos, 2019, pag. 286)
Na casa de Dona Salustiana, mãe de Cassi, apesar de estarem Dona Margarida e Clara bem vestidas, o tratamento dado às duas não foi igual.
“Até ali, Clara não dissera palavra; e Dona Salustiana, mesmo antes de saber que aquela moça era mais uma vítima da libidinagem do filho, quase não a olhava ; e se o fazia, era com evidente desdém. A moça foi notando isso e encheu-se de raiva, de rancor por aquela humilhação por que passava, além de tudo que sofria e havia de sofrer.” ( Clara dos Anjos, 2019, pág, 291)
Mesmo que economicamente o lugar ocupado na sociedade por Clara e Dona Margarida fosse parecido, havia um abismo entre elas pela questão racial. Dona Margarida podia falar e se fazer ouvir, enquanto Clara não. A cena que segue ao momento em que Clara, já desesperada e fora de si, diz que espera que Cassi se case com ela é revoltante:
“Dona Salustiana ficou lívida; a intervenção da mulatinha a exasperou. Olhou-a cheia de malvadez e indignação, demorando o olhar propositadamente. Por fim, expectorou: - Que é que você diz, sua negra?” (Clara dos Anjos, 2019, pág. 291)
Assim como aconteceu com Arminda, o peso da maternidade é todo jogado sobre as costas de Clara. Da mesma forma que fizera diversas outras vezes, Dona Salustiana justifica os atos do filho e culpabiliza as mulheres enganadas.
Criada em um redoma de cuidados, Clara só percebe o lugar social que ocupa após toda a humilhação que sofre.
“Na rua, Clara pensou em tudo aquilo, naquela dolorosa cena que tinha presenciado e no vexame que sofrera. Agora é que tinha a noção exata da sua situação na sociedade. Fora preciso ser ofendida irremediavelmente nos seus melindres de solteira, ouvir os desaforos da mãe do seu algoz, para se convencer de que ela não era uma moça como as outras; era muito menos no conceito de todos.” (Clara dos Anjos, 2019, pág- 293)
Em consequência a todos esses fatos, Clara percebe o lugar que ela ocupa como mulher negra e como a sociedade a enxerga e diz para sua mãe “Nós não somos nada nesta vida”.
A escravidão marcou de forma profunda a imagem de mulheres como Arminda (Pai contra mãe) e Clara,
“A desvalorização da mulher negra resultou da exploração sexual de mulheres negras durante o período da escravidão, e isso não mudou ao longo de centenas de anos. Mencionei anteriormente que enquanto vários cidadãos preocupados empatizaram com a exploração sexual de mulheres negras tanto durante quanto depois do período da escravidão, assim como todas as vítimas de estupro em uma sociedade patriarcal, elas eram vistas como tendo perdido valor e dignidade, resultado da humilhação que sofreram.
Anais do período da escravidão revelam que o mesmo público abolicionista que condenou o estupro de mulheres negras as considerou cúmplice, em vez de vítimas.” (BELL HOOKS 1989/2019)
O olhar sobre a mulher negra foi condicionado pela escravidão, não é por acaso que mulheres e homens brancos repetem comportamentos que eram comuns durante a escravidão. Sobre o questionamento levantado anteriormente, existe uma mudança na condição da mulher negra escravizada para a livre, no entanto, ainda se espera que ela ocupe os mesmos lugares e papéis. Segundo Camillia Cowling (2018), a abolição no Brasil ocorreu nos seios de uma sociedade escravista, em que muitos dos que ocupavam posições de poder possuíam profundos interesses na manutenção da escravidão. Não é atoa que Dona Salustiana se exaspera ao ouvir Clara dizer em tom de voz alto que deveria se casar com Cassi, como uma subalterna se atreve a falar?
Aqui onde deveria apontar conclusões, deixo questionamentos. Nas duas obras não sabemos qual o destino das duas mulheres, o que acontecerá com Arminda agora que foi devolvida ao seu algoz? Como será a vida de Clara? A sua criança nascerá ou não “vingará” assim como a de Arminda? Terá como destino a criminalidade como aconteceu com o filho de Inês?
A única certeza é que sentiram na prática o peso de serem negras em uma sociedade racista. Através da escrita de Machado de Assis e Lima Barreto é possível ter um retrato das desigualdades raciais presentes na principal cidade do país durante a escravidão e nas décadas seguintes à abolição.
BIBLIOGRAFIA:
ASSIS, Machado. Pai contra mãe; disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1951. Último acesso em 11/12/2020.
BARRETO, Lima. Clara dos Anjos; São Paulo: Penguin Classics, Companhia das letras, 2019.
BOSI, Alfredo. “A fenda e a máscara”. O enigma do olhar. São Paulo: Ática, 1999.
Dialética da Colonização; pág 267- 272; São Paulo; Companhias das Letras, 2016.
História concisa da literatura brasileira; pág 343; 52º ed; São Paulo: Cultrix , 2017.
COLLINS, Patricia Hill; Pensamento Feminista Negro: conhecimento, consciência e política do empoderamento; tradução Jamille Pinheiros Dias; pág. 110; São Paulo; Boitempo, 2019.
COWLING, Camillia. Concebendo a liberdade: mulheres de cor, gênero e a abolição da escravidão nas cidades de Havana e Rio de Janeiro; tradução: Patrícia Ramos Geremias, Clemente Penna- Campinas; pág. 111; SP: Editora Unicamp, 2018.
EVARISTO, Conceição. Insubmissas lágrimas de mulheres. Belo Horizonte: Nandyala, 2011.
HOOKS, bell. E eu não sou uma mulher?: mulheres negras e feminismo/ bell hooks; tradução Bhuvi Libanio. 2ª ed. Rio de Janeiro: Rosa dos tempos, 2019.
NASCIMENTO, Gabriel. Racismo linguístico: Os subterrâneos da linguagem e do racismo; pág- 29; Belo Horizonte: Letramento, 2019.
RESENDE, Beatriz. Em defesa de Clara dos Anjos. Prefácio à edição da Editora Penguin & Companhia das letras, 2012, do livro Clara dos Anjos, pág. 09
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