Ler é viajar?
- Eduarda Rodrigues
- 18 de jan. de 2024
- 2 min de leitura
Você já se sentiu transportado para outro lugar, outra época ou outra realidade ao ler um livro? Você acha que ler é uma forma de viajar sem sair do lugar?
Essa é uma questão que divide opiniões entre os amantes da literatura.
A escritora Beatriz Takematsu, em seu poema "Conselho" do livro "Do lado de lá da Consolação", afirma que livros te fazem ler e não fazem viajar.
Por outro lado, o também escritor, Renan Alves Melo diz que viajou ao ler "Pedras de Malacacheta", um livro de contos de Eduarda Rodrigues. Veja o que ele escreveu sobre o livro:
Sabemos que ler é viajar. E como viagem entende-se tanto a ida para terras distantes quanto o desembarque em nosso eu mais íntimo. Do horizonte além ao quintal guardado no peito. E os contos de Pedras de Malacacheta provam bem isso.
É como se Eduarda Rodrigues desconstruísse seu muro de pedras para transformá-las em caminho. Cada pedra retirada da sua memória revela uma voz convicta e que precisa caminhar. É o chegar mais longe para conhecer-se por dentro.

Ao leitor, cabe acompanhar seu passeio pelas ruas de Malacacheta e também por seus sentimentos, medos, desejos e reflexões. Nesse trajeto, somos apresentados a mulheres negras em diversas fases de suas vidas, calcando com leveza a pedra que poderia machucar. Um livro que fala da mulher enquanto cidade. Uma obra que encontra a cidade dentro dessa mulher.
E você, o que pensa sobre isso? Ler é viajar ou não? Deixe seu comentário e compartilhe sua experiência com os livros.

A. Beatriz Coutinho Takematsu é formada em Letras pela USP, trabalha como tradutora e professora de português e francês. Expressa melhor tudo que deseja com palavras escritas. Certa vez, em uma aula da graduação, um professor lhe disse que o uso excessivo do verbo "ser" empobrece o texto. Ela concluiu que essa afirmação é uma bobagem. O que seria da poesia sem as mais variadas versões de "ser"?

Renan Alves Melo nasceu em Inhumas, interior de Goiás. É escritor e publicitário. Suas linhas já conquistaram diversas premiações, tais como: Coleção Belamor da Universidade Federal de Goiás, Concurso Literário Mário Quintana e Prêmio Sesi Arte e Criatividade. É autor de "Mar escrito", "Caminhárias" e "Ver de novo o mar".
Adorei o jeito como o Renan descreveu a experiência de ler Pedras de Malacacheta. Acho que faz todo sentido, porque a leitura de cada conto vai adicionando mais elementos pra gente visualizar a cidade e as personagens como se estivesse lá, ou como se estivéssemos ouvindo mais uma das histórias populares que correm no boca a boca. Será que livros fazem viajar mesmo, gente?